O Brasil registrou 47k homicídios em 2022.
Os números subiram entre 2011-2017, caíram rapidamente entre 2017-19, e depois encontraram um patamar (ainda altíssimo).
Venho defendendo que VARIAÇŌES e PATAMARES dessas curvas respondem a processos distintos.
Segue o fio: 🧶
Eu ouvi o Lula falando que era pra gente cobrar, porque ele sabe que puxa-saco não melhora o país;
Então vamos lá:
Do meu ponto de vista, o desastre que é a segurança pública tem 4 pilares.
Ainda intocáveis nesse novo governo:
Fio🧶:
E se as facções brasileiras enfrentassem outras políticas de segurança?
Voltei agora de pesquisa de campo na Guiana Francesa, onde CV e PCC, em guerra, se deparam com o Estado francês.
Taxa homicídios (por 100k hab):
no Amapá = 41,29
na Guiana FR = 15,01
Por quê? Segue o fio
Muito estranho esse caso aí do Tarcísio. É preciso que tudo seja muitíssimo bem esclarecido, porque não é nada comum tiroteio em favela de SP. A lógica é bem outra, na verdade.
Homicídios estão em queda no Brasil, depois de aumento expressivo até 2017.
Bolsonaro falou que era resultado do seu governo, e Alckmin dizia o mesmo quando homicídios despencaram em São Paulo, nos anos 2000.
Mas o que dizem as pesquisas sobre homicídios?
[fio]
Não conheço a
@renataloprete
, nem seu trabalho, portanto não falo aqui nem dela, nem dele.
Mas quero falar do argumento demográfico para analisar conflitos armados.
Eu sou contra esse argumento, há 2 décadas, no debate sobre homicídios e conflito armado no Brasil.
Segue fio🧶
Renata Lo Prete NÃO disse que morrem mais crianças na Faixa de Gaza porque as mulheres palestinas têm muitos filhos e NÃO justificou as mortes.
Ela usa o gráfico para mostrar a taxa de natalidade e a consequente estrutura da pirâmide de faixa etária em Gaza.
O vídeo completo:
Em NY foi autorizada a venda de maconha, mas o Estado só permite que algumas pessoas vendam: aquelas que, no passado, foram punidas por fazê-lo. Uma política ao mesmo tempo de regulação de mercado ilegal, e de reparação às vítimas.
3. nenhuma palavra sobre mudança de rumo na política carcerária. Tudo se passa como se prender melhorasse a segurança, e todos pedem mais prisōes para ter segurança, quando todas as facções nasceram e cresceram nas cadeias.+
4. muito poucas palavras sobre controle externo das polícias. O problema não é só botar ou não botar câmera, mas devolver ao Estado algum controle sobre a política de segurança, hoje na mão das polícias e militares (que viraram grupos políticos)+
2. nenhuma palavra sobre uma política nacional para esclarecer homicídios. Hoje 85% ficam sem esclarecimento estatal. As facções os esclarecem e ganham legitimidade. Em SP as taxas despencaram por meio do PCC, como tem acontecido em outros estados +
Do lado francês da fronteira, muita preocupação das autoridades, muita investigação, parceria com universidades, muita troca de informação com o judiciário.
Do lado brasileiro da fronteira, muitas famílias chorando seus mortos, todos eles do mesmo perfil etário, racial e social.
1. não há nenhuma proposta de regulação de mercados ilegais, a base de tudo.
E mesmo estando do lado do Alckmin, que regulamentou os desmanches veiculares em SP, numa iniciativa que vem mostrando ótimos resultados para reduzir o roubo e furto de carros+
Na Guiana FR, mais de 80% dos homicídios são esclarecidos, 100% são investigados.
No Amapá, as facções matam e o Estado não investiga.
Idem quando a polícia mata.
A lei segue sendo soberana na GuianaFR. No Amapá são grupos armados autônomos.
Sem mexer nesses 4 pontos, o atual ministro (e os próximos) repetirão mais tarde o que os ministros anteriores disseram num evento em que eu estava, no IEA da USP: "embora não quiséssemos, só conseguimos fazer mais prisões". É preciso diretriz federal para a Segurança.+
No lado brasileiro da fronteira, a "política de segurança" é produzir massacres.
As polícias do Amapá mataram 186 pessoas em 2023, uma a cada 2 dias. (Mapa Segurança 2023)
Do lado francês da fronteira, as polícias não mataram ninguém em 2023.
Portanto, é preciso saber que nesse conflito, os mandantes da guerra em Israel estão matando crianças intencionalmente. Estrategicamente. Não à toa cogitaram arma nuclear.
A estratégia terrorista - desde antes do 11/9 e para depois do ataque do Hamas - é atacar civis.
Conversei com inúmeros profissionais da segurança na Guiana FR, é como conversar com colegas pesquisadores. Falam de evidências, mostram gráficos e pesquisas.
No Amapá, tentei mas não responderam. Os dados de sua truculência falam por eles.
Os caras oferecem um curso para dar golpes. As ‘alunas’ ganham 300k nos golpes do curso. Os ‘professores’ dão golpe nas alunas e roubam o $. Elas acionam a milícia e sequestram e torturam os ‘professores’. E eles chamam a polícia:
Barato é loko
Só acho que há saídas técnicas e políticas para o nosso desastre securitário, e que é preciso alguma coragem. Não dá para fazer de conta que o governo federal não tem nada a ver com segurança, e dar o gigantesco $ da segurança pras polícias e militares. Pra mim, tiro no pé.
As polícias do Amapá, sozinhas, foram responsáveis por uma taxa de 25/100k hab em 2023, a exata diferença com a taxa da Guiana Francesa.
As facções se matam com a mesma intensidade em sua guerra, de um lado e de outro da fronteira. Mas uma polícia participa da guerra, outra não.
Roubaram seu celular? Do seu amigo?
Fizeram um PIX rapidamente depois do roubo?
Fio para entender por que esse crime está crescendo tanto (especialmente em São Paulo, mas não só).
No Brasil sou considerado (e me considero) um homem branco.
Na Europa, não sou visto como branco (e nem me considero branco) mas brasileiro.
Na Alemanha ou na Dinamarca, dão risadas de espanto quando alguém como eu diz que se considera branco.
Etnicizar é racializar, ou não.
Não acho que nada disso seja fácil de fazer, nem acho que há saída mágica, depois de 40 anos de um modelo profundamente equivocado na segurança. Acho que o
@silviolual
dá um passo, ao dizer que o governo será tb dos que sempre foram perseguidos pelo Estado. Fundamental+
No Amapá, como no resto do Brasil, depois de um crime não haverá investigação. Se o criminoso for pego na hora, faz-se justiça na hora, sumária.
No lado francês da fronteira, após um crime começa um minucioso trabalho investigativo, coleta de impressões e DNA etc.
No Amapá, como no resto do Brasil, ampara-se em denúncias anônimas para decidir a ação policial. A polícia reage a boatos e ideologias.
No lado francês, a polícia decide ela mesma, por informações da inteligência policial e dados concretos, como agir na prevenção e investigação.
Ah, então tá tudo lindo na Guiana FR? Não, é um momento super delicado para a segurança, justamente pela chegada das facções brasileiras e seu conflito. Nunca houve tantos homicídios por lá.
Como é o momento mais tenso da segurança no Amapá. Mas o modelo de segurança é outro.
Trabalho muito sério de muita gente, sob a batuta do mago Joel Zito Araujo. Privilégio estar nesse time! (adaptação do livro "Irmãos: uma história do PCC")
A história da maior facção criminosa da América Latina contada por quem viveu ela de dentro.
Minha nova série documental vai contar tudo sobre o PCC de um jeito que você nunca viu antes!
#PCCPoderSecreto
estreia dia 26 de maio.
Porque essa explicação estrutural faz sumirem os atores do conflito armado.
A intencionalidade e ação estratégica do ator.
E, como sabemos, conflito armado é o lugar por excelência da estratégia.
Mísseis têm GPS. As guerras podem ser cirúrgicas, pelo menos desde os anos 90.
O argumento demográfico considera que, em uma guerra, uma população com mais crianças teria mais mortes de crianças.
Como considera que, no Brasil, a redução proporcional de jovens na população causaria redução de homicídios de jovens.
Parece lógico, mas é falso.
Os governadores do Sul e do Sudeste apresentaram hoje quatro propostas para endurecer o enfrentamento à criminalidade no Brasil. Entregamos as minutas dos projetos de lei aos presidentes do Senado e da Câmara e ao ministro da Justiça. Confira no fio 🧶
Até os anos 80 era a "delinquência": trombadinhas, ladrões de videocassete e toca-fitas.
Policiais e justiceiros reprimiam. Melhorou?
Não. Nos anos 90, a delinquência começou a mudar.
E hoje é "crime organizado transnacional".
Como resolver?
Fio: 🧶
Quando olhamos só para a estrutura, perdemos de vista a lógica própria de cada conflito armado.
E eles não são, quase nunca, espalhados homogeneamente nem no tempo, nem no espaço.
São concentrados no tempo, no espaço e - com exceção da bomba atômica - também na população.
No conflito armado latino-americano, morrem quase sempre os mesmos sujeitos: na grande maioria homens, jovens, pobres, negros ou indígenas, operadores baixos do conflito armado em mercados ilegais.
Na Ucrânia e Rússia, morrem sobretudo soldados.
Não uma amostra da população.
Camaradas, estou de saída da UFSCar, que me acolheu desde 2009.
Entrei numa vaga do 'Reuni', criado por Lula e Haddad.
Foram 13 anos lado a lado com estudantes, colegas e técnicos.
Aprendi tanto aqui, que é difícil achar palavras para agradecer.
Um salve c/ carinho, UFSCar!
Para o argumento demográfico, a diferença nas taxas de crianças mortas na Palestina, e na Ucrânia, estaria na comparação das pirâmides etárias.
População bem mais jovem na Palestina explicaria (ainda que não justifique) o maior número de crianças mortas.
Errado.
📷📷
Também está errado o livro "Freakonomics", que fez sucesso argumentando que a diminuição da fertilidade das mulheres americanas explicava a redução dos homicídios nos EUA, anos depois.
Eu adoro demografia, ela explica muita coisa. Mas não conflito armado.
Por quê?
Sendo concentrados no tempo/espaço/população, e sendo lugar da estratégia, é preciso conhecer a conjuntura, a estratégia e intencionalidade mais que a estrutura.
Se a violência armada fosse espalhada na população, no Brasil p.ex., morreriam todos os perfis da população.
son
Maior empresa brasileira (Petrobrás) teve lucro da ordem de USD 33 Bilhões em 2022.
Cocaína apreendida NUM ÚNICO porto europeu em 2022: lucro estimado de USD 11 Bilhões.
Principal origem: Brasil.
A gente ainda não está tendo noção do que isso representa.
@gabilotta
to relendo, como fiz nesses 4 anos, uns trechos das Origens do Totalitarismo... é muito parecido. O
@michel_gherman
tem toda a razão. estamos tendo uma aula de história na frente do nosso nariz.
A acomodação do conflito faccional explicaria a redução consistente das taxas de homicídio agregadas, no Brasil, a partir de 2017.
Essa é a hipótese que defendo, em companhia de pesquisadores de Porto Alegre, Maceió, São Luis e SP:
(artigo aberto)
Hoje faz 30 anos do maior massacre do sistema prisional no Brasil. A lógica da política de segurança era massacrar. Essa lógica se politizou e virou presidência da República. Nada mais simbólico do que derrotar a política dos massacres no dia de hoje.
A cadeia (i)legal do ouro Yanomami:
1. Extração ilegal em terra indígena
2. 'Rua do Ouro' em Boa Vista, sem nota
3. "Tudo vira legal" em Manaus
4. Joalherias de luxo, em SP e RJ
5. Exportação e mercado financeiro
Tanta grana, e crianças agonizando.
No Brasil, embora a população geral tenha perdido jovens, em proporção, os homicídios foram aumentando no mesmo período.
E onde caíram bastante, como em SP, foi em ritmo bem mais rápido do que a redução demográfica dos jovens.
A explicação era outra:
Desde o início do governo Lula, tenho cobrado um novo modelo de políticas de segurança.
Não dá para dizer que o governo não está agindo na área. Ontem mesmo foi lançado programa de combate às facções.
Como avaliar essas ações? Segue o fio:🧶
56 mortes e nenhuma esclarecida.
Pra que esclarecer homicídios, afinal?
Porque quando um grupo armado, autônomo frente a qualquer controle e ideologizado tem licença para matar, ele vira um movimento totalitário.
O MPSP tem responsabilidade nesse controle externo.
Estudei de perto o caso de SP.
Acompanhei muitas famílias que perderam jovens assassinados. Estudei os rumores, investigações e efeitos dessas mortes.
A redução de homicídios, em SP, vem das favelas.
O mecanismo dessa redução é esse aqui:
Homicídios variaram muito no tempo e no espaço, no Brasil.
Uma coisa nunca variou, no entanto: o perfil preferencial da vítima.
Morrem o operador baixo dos mercados ilegais, recrutado nas periferias.
A enorme maioria das vítimas é homem, jovem e negro (linha azul).
Notícia de "Segurança Pública" da semana:
Quatro médicos executados na Barra (barbárie)
Se fosse o alvo miliciano, seria normal (barbárie)
Assassinos executados em seguida (barbárie)
A dúvida: foi o CV ou a polícia que os matou? (barbárie)
O paradigma da área hoje é a barbárie.
Venho afirmando que nosso modelo de segurança pública é uma tragédia, também para os policiais.
O caso do PM morto em MG, ontem, deixa isso claro.
Mais uma perda irreparável, que outro modelo de políticas poderia evitar.
Vejamos os dados: 🧶
A expansão do PCC e do CV pelo Brasil tem como pontos estratégicos fronteiras, portos e aeroportos.
Fizemos um dossiê temático na
@NovosEstudos
CEBRAP sobre essa expansão.
Aqui está a apresentação a esse dossiê:
Mas não dava para imaginar que a expansão do PCC, então aliado do CV, seria tão intensa nos demais estados da federação, em seguida.
Mapas como esse são atualizados o tempo todo, sem captar a dinâmica dessa expansão.
Ah, mas você não considera o que as polícias e outras políticas de segurança fizeram para reduzir homicídios?
Para entender como as políticas do PCC instrumentalizaram as políticas de segurança de SP, em sua expansão, escrevi esse aqui:
Até 2016, PCC e CV cresceram, estrategicamente, em silêncio.
Primeiro em prisões, quebradas, fronteiras e portos.
Depois em condomínios fechados, escritórios de advocacia, de contabilidade, de doleiros e operadores financeiros internacionais.
Nosso modelo de (in)segurança pública segue acelerando no caminho errado.
Controle externo e interno sobre as polícias desmorando em SP.
No Amapá, caso mais dramático, a polícia é autora de nada menos de 3 a cada 5 homicídios. Em 2023, a polícia produziu taxa de 25/100k...
Polícias mataram 1 a cada 5 pessoas assassinadas em SP no 1º quadrimestre de 2024
Das 880 vítimas, 283 foram mortas por policiais de janeiro a abril deste ano. Maioria das mortes (222) foram cometidas por policiais em serviço.
#DeuNaPonte
Em 2016, PCC e CV rompem.
Uma guerra eclode em prisões e quebradas, e 15 estados atingem seu pico de homicídios.
O CV se fortalece em alguns estados.
O PCC passa a figurar entre os grandes no tráfico de cocaína mundial.
A guerra vai se acomodando.
Foi importantíssimo. Esclarecer homicídio é base de toda política de segurança.
Se a lei não se impõe sobre Brazões e Barbosas e Lessas, a soberania fica com eles. Eles que mandam.
Faltam os 63% dos homicídios não investigados no Brasil. E os 99% dos cometidos por policiais.
Esses 5% mais pobres, no Brasil, são 10 milhões.
Quase 1 mi nas cadeias, outros 5mi ex-presidiários. Incontáveis nos mercados ilegais das ruas.
O Estado é o inimigo que criminaliza. As facções os protegem e organizam.
Se a candidata de esquerda está nessa linha, talvez seja porque não saiba o desastre que a militarização de presídios produziu pelo mundo afora, inclusive no Brasil.
Mais grave é o n.2 da segurança no país, num governo com tantos desafios na segurança, dar visibilidade a isso. +
Segurança pública é o tema da eleição no Equador, principal problema para 40% da população. A candidata da esquerda defende a militarização dos presídios, dos portos e das fronteiras para enfrentar o crime organizado.
Será que regular mercados ilegais diminui a violência?
A experiência da "Lei do Desmanche" em São Paulo tem resultados concretos a mostrar.
Os dados mostram que SIM, por mecanismos que nossa etnografia procurou demonstrar.
Para quem se interessa por ver como política e violência vêm se aproximando... reivindicações que um movimento poderia fazer, feitas agora pela facção. E isso não é de hoje: lembrou muito o sequestro do repórter da Globo em 2006.
Tarcísio propondo que, no intervalo entre um massacre policial e outro, seja cortado 30% do orçamento da FAPESP.
Eu acho esse cara mais perigoso que Bolsonaro.
.
Grupos de fazendeiros protagonizaram uma série de ataques contra povos indígenas no Brasil. Até 19/07, pelo menos 13 comunidades estiveram sob a mira de movimentos ruralistas organizados que, fortalecidos pela Lei 14.701, invadiram terras e atiraram contra indígenas.
During 5 years, a team of 10 ethnographers followed stolen cars from Sao Paulo. This book shows the amazing results of this collective journey.
How the urban conflict reproduces durable inequalities and violence?
The book will be presented at the
@ISA_RC21
Congress/Athens22.
Dois estados - RJ e BA - concentram 2/3 da letalidade policial no país.
Taxas altas de homicídio são fenômenos sempre concentrados no espaço. Dá pra resolver.
Mas governos seguem elogiado e bancando as polícias que seguem matando.
O problema são os especialistas.
📊A Bahia foi o estado que mais registrou a morte de pessoas em ações policiais em 2022. Junto com o Rio de Janeiro o estado é responsável por 66,23% das mortes. Leia o relatório Pele Alvo: a bala não erra o negro.
Seguimos matando, prendendo, e a sensação de insegurança só cresce. Porque esses meninos e usuários mortos são substituídos no dia seguinte. O exército de reserva de miseráveis é gigantesco.
Se quisermos resolver o problema, o caminho teria que ser bem diferente...
Estudos avançam na Segurança Pública, evidenciando que o modelo de políticas é equivocado, não entrega segurança.
As velhas forças reagem e, ao invés de embarcar na discussão de alternativas, preferem atacar os estudos e os sociólogos, que eles chamam de "pseudo-especialistas".
Valdo Cruz acabou de mandar na GloboNews “nada contra sociólogo, mas eles sabem mesmo de segurança?”. Verdade, quem conhece de segurança de verdade são as polícias, que estão fazendo esse excelente trabalho!
Se um menino de 13 anos trabalha de madrugada numa padaria, é exploração do trabalho infantil.
Se esse mesmo menino varar madrugadas vendendo droga, não se vê nenhuma exploração.
Ao contrário.
Dissertação recente sobre o trabalho no tráfico de drogas:
Premier jour de travail au
@SciencesPo_CEE
.
Très heureux de l'accueil généreux. Des années d'apprentissage et de travail intellectuel passionnant en perspective.
Obrigado aos amigos de caminhada... seguimos juntos.
Medida fundamental, contra a partidarização e autonomização das polícias. Mas tb contra o uso de dados estatais por grupos de interesse. Deveria se estender a todas as PMs e PCs estaduais. Será que passa?
Grande medida anunciada pelo Andrei Rodrigues, chefe da Polícia Federal: “Vamos propor neste próximo semestre que policial federal seja proibido de ter filiação partidária. Se quiser se candidatar, terá que ser exonerado e cumprir uma quarentena de pelo menos dois anos.”
Essas duas notícias juntas, hoje, me fazem pensar em muita coisa.
A Operação Castelinho foi pensada para cortar a cabeça do PCC, em 2002.
22 anos depois, um único integrante PCC lavando 1,2 bi. Não mi, BI.
A repressão segue letal, ainda mais hoje.
Quem ganha com isso?
O PCC fez 30 anos em 2023, mas até hoje é pouco compreendido na imprensa, e mesmo nas polícias.
Marcos Lacerda e Lucas Soneghet leram muito bem meu livro "Irmãos: uma história do PCC"
@cialetras
Foi das conversas mais legais que tive sobre o tema +
A Polícia Militar de SP é forte politicamente e tem diferentes grupos internos.
As câmeras corporais vêm de um grupo interno.
O derramamento de sangue na Baixada, de outro.
O secretário troca a cúpula da PM e dobra a aposta no sangue.
A ver o que acontece.
Capitão Derrite, que nunca comandou uma companhia de área, recebe carta branca para mudar metade da cúpula da Polícia Militar do Estado de São Paulo...
Pedi bastante para o Governo Federal agir na Segurança Pública.
Que pautasse um outro modelo de políticas. Há caminhos.
Infelizmente, ao invés de pautar, o governo Lula está sendo pautado pelas polícias.
O poder, na segurança, vem de baixo para cima.
A polícia do Reino Unido matou 3 pessoas em 2023, e 2 em 2022. Com uma população de 66 milhões.
Só a polícia militar de SP matou 211 pessoas apenas no 1º trimestre de 2024. Nessa média, seriam 844 no ano. População de 44 milhões.
No Brasil, a segurança não é pensada como política pública, mas como guerra.
Não há direito à segurança, mas há policiais corrompidos, milicianos e facções fazendo bastante dinheiro com essa guerra.
Como sair desse ciclo vicioso? Saídas possíveis:
Mas o que fazer?
Uma polícia de segurança com quatro eixos:
i) investigação de homicídios - soberania;
ii) regulação de mercados ilegais;
iii) reversão do problema carcerário;
iv) controle externo da corrupção policial.
Temos detalhado isso em vários trabalhos.
Há saídas.
@ATersariol
@renataloprete
Entendi seu ponto, pode ser que a jornalista tenha tentado mostrar que os números eram críveis. Meu ponto é mesmo a explicação com base demográfica, que não funciona nesse caso e termina, mesmo que sem intenção, por gerar confusão.
Nossos resultados sugerem que a implementação da “Lei do Desmanche”, regulando o mercado ilegal de autopeças, teve efeitos decisivos na diminuição da subtração veicular. As demais hipóteses sugerem efeitos acessórios que também merecem atenção.
O PCC se expande há 30 anos.
Jornais destacam as rotas de drogas: bandidos dominando mais e mais territórios.
Neste artigo, a expansão do PCC ganha outro prisma: o de dois trabalhadores tentando uma vida melhor.
Conheçam as vidas de Biu e Raiane aqui:
Olhem como anda a investigação de homicídios no Rio.
Imaginem a de roubos de celular.
Mas não é preciso mudar nada. O negócio é continuar mandando rios de dinheiro pras polícias seguirem fazendo isso.
Tá tudo certo na segurança. Vamos em frente. Matando mais sempre.
Esse gráfico resume o que encontramos. Em apenas 14,6% dos casos houve conclusão com denúncia por parte do Ministério Público, e 20,1% do total de casos foram arquivados. Ou seja, mais de 60% dos casos ainda está em processamento.
Perfeito.
Cigarros são exemplo de uma droga que, legalizada e regulada, tem diminuição progressiva do consumo.
Foco na educação do consumidor, na regulação do uso, não na punição e nem na morte dos pequenos comerciantes.
A demanda por cigarros hoje no Brasil é um-enésimo do que era décadas atrás. Não foi preciso fuzil, violência, morte e polícia fechando a porta do comércio que vendia cigarro, mas campanhas de educação e esclarecimento.