Leio um milhão de coisas por dia com as quais não concordo. Nem por isso, vou lá desrespeitar o autor. Não contribui, silencio. Mal educado, bloqueio. Tá valendo.
Se é papel do jornalista fazer perguntas desconfortáveis então porque os resultados prometidos pela agenda liberal nunca são cobrados dos economistas que defenderam e defendem isso?
"A Petrobras resolveu deixar o mercado de produção de fertilizantes em 2016, após o presidente Michel Temer (MDB) chegar à Presidência. A decisão fez parte de um plano de negócios da estatal, elaborado depois do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Naquela época +
Pessoal de daqui ainda tem uma visão idealizada de um RS culto, politizado, consciente. Não captam o grau em que isso aqui virou o puro suco da várzea neoliberal. Esqueçam Brizola, prestem atenção no Melo. É muito mais representativo. Mourão é senador pelo RS. O buraco é fundo.
... a Petrobras alegava que produzir fertilizantes dava prejuízo". A quantidade de coisas que foram destruídas nos últimos anos pelo argumento raso do "dava prejuízo" é enorme.
Conheço economista que interpreta tudo mais ou menos assim: quando a economia vai minimamente bem para o povo, é porque o governo está fazendo coisas erradas e a conta pesada vem depois. 1/2
Planejamento urbano e obras de macrodrenagem, não gostamos. Bacana mesmo é a austeridade fiscal e a perpetuação da precariedade para, a cada nova chuvarada, ter bastante histórias tristes para exibir em matérias na TV.
Quando ela vai mal, na verdade está tudo certo porque é o sacrifício a se fazer para tudo ficar bem logo ali na frente. Narrativa funciona bem para a naturalização de graves problemas econômicos e sociais. 2/2
Acabo de ler uma matéria que diz que o preço do leite tá subindo, logo a demanda diminui, portanto isso desestimula a oferta e essa restrição de oferta é que é a causa do aumento do preço do leite 👍
Vc vê o estrago que a economia vulgar faz quando lê gente progressista / de esquerda dizendo que se deixar de cobrar IR de quem ganha até 5 mil vai "faltar dinheiro" para ofertar serviços públicos e portanto quem quer isso "odeia pobre".
Portanto posso concluir que SE a situação tivesse melhorado, seria pelo crescimento econômico, não pela reforma. E a política econômica que NÃO gerou esse resultado, também teve apoio do jornal.
As emendas parlamentares no Orçamento federal se avolumaram na última década. Passaram de R$ 6,4 bilhões em 2014 para R$ 44,67 bilhões em 2024. Maior salto ocorreu em 2020.
Economistas ortodoxos acham super normal dizer que interesses privados disputam o orçamento público mas acham absurdo dizer que bancos e grandes empresas influenciam a política econômica orientados pelo que lhes favorece.
Kalecki explicou q o grande capital prefere perder em termos de lucros absolutos, em função d um nível de atividade deprimido, para poder manter baixo o poder de barganha do trabalho e não ter pressionada a rentabilidade. Mas, qd ocorre, trata-se como fosse paradoxo inexplicável.
Uma coisa que imagino vai pipocar agora é a narrativa de que a Agropecuária é que puxou o crescimento do PIB. Deu uma boa contribuição, é verdade, mas tem que observar que o crescimento dos serviços, muito menor, acaba pesando mais, porque o setor representa quase 60% do PIB.
Economistas neoliberais são piadistas msm. Câmbio dispara não devido a sua própria crença equivocada e exagerada na política monetária como fonte de estímulo e sim p "crise de credibilidade" do governo que ... eles msms apoiaram. Erram em tudo, mas estão sempre com a razão.
Três semanas sem tirar a água do CENTRO da cidade, o que se vai esperar dos bairros mais humildes alagados na "capital da inovação"? Sem acessos decentes por terra, sem trem urbano, sem aeroporto. Choveu muito? Choveu. Mas é uma VÁRZEA absoluta não saber lidar minimamente.+
O curioso caso do país que acha que existe limite rígido para o gasto financiado por dívida em moeda doméstica mas que não há qualquer limite externo para reduzir a taxa de juros. A punição justa para esta lamentável cegueira é o desemprego obsceno e a taxa de câmbio lá na lua.
Curioso desse discurso de que ah furando o teto "quem vai sofrer são os mais pobres" é que é justamente isso que já vem acontecendo há bastante tempo. Mas aí não importa. Só se preocupam (supostamente) com isso quando fica ameaçado seu fiscalismo.
O sabichão que apoiou teto de gastos não sabia que seriam as categorias mais fortes e os setores mais organizados que teriam força para obter mesmo assim os recursos, esmagando os outros? Ninguém falou que isso aconteceria? É muita hipocrisia.
Não li a matéria mas aqui tem uma discussão muito boa, necessária para nosotros. Desemprego baixo tende a acelerar crescimento dos salários NOMINAIS. Ceteris paribus isso é inflacionário, mas se o repasse dos custos aos preços é parcial isso implica em crescimento salarial REAL +
Se tirar toda a narrativa da economia doméstica e as defasagens oportunistas... o que sobra como um fato é que nesse longo período período desde 2015 (durante o qual se decidiu que a despesa pública deveria estar restrita por diferentes regras draconianas) a tão temida dívida +
A alta de preços de commodities que costuma ser usada para tentar tirar qualquer mérito do governo do PT pelo crescimento nos anos 2000 agora também serve para passar pano para o atual governo quanto a inflação. Um oferecimento da economia vulgar.
Tem até um gráfico na matéria, mas ninguém foi capaz de dizer uma coisa absolutamente básica e preliminar que é o fato de que o salário real está se recuperando de uma grande queda anterior.
Não é curioso que, como todo mundo sabe, nos anos 2000 teve boom de commodities mas ao mesmo tempo a inflação ficava dentro da meta? Por que será que agora não está sendo assim?
Outro dia comentei aqui sobre perguntas desconfortáveis NÃO feitas aos economistas. Surgiu agora um ótimo exemplo concreto: o Paulo Guedes compara a inflação do Brasil com a dos EUA. Fica por isso mesmo? 1/4
"Ninguém explica porque a desvalorização do câmbio está gerando tão pouca inflação" diz o economista que tapou os ouvidos sempre que alguém possa ter dito que o baixo poder de barganha do trabalho impede a reposição do aumento do custo de vida nos salários nominais.
Reajuste salarial acima da inflação: sim, vai ter quem acha bom e quer que continue; sim, vai ter quem acha ruim e quer que pare. Porque assim é o conflito de classe. Aquilo mesmo que querem te fazer crer que é coisa do passado.
Desculpe a antipatia, mas pra mim esse negócio de que é a "volatilidade" da taxa de câmbio que causa inflação... tá mais pra enrolation... Vamos dar o nome certo para as coisas: o que pressiona os preços domésticos é a desvalorização da taxa de câmbio, não a volatilidade. 1/3
Aprendi com economistas neoclássicos que quando não tem alguma coisa ou está caro, substitui por outra... Não dá pra substituir esses fertilizantes pela cloroquina que encalhou?
Fanáticos por privatização tanto nas Minas e Energia quanto na Petrobras... mas a midia e os economistas liberais só falam em "risco de intervenção", "populismo", "se mexer no preço vai faltar diesel"...
Escuto aqui que a Ford coloca a taxa de câmbio e o efeito sobre os custos como uma das razões para desativar as plantas. Cadê o pessoal do câmbio desvalorizado para estimular a indústria?
A desvalorização cambial é uma tragédia para os ortodoxos só quando aparece como ameaça de rebote por causa de expansão fiscal. Quando ocorreu, de fato, por causa do juro baixo demais por recomendação deles... 1/2
O cara vai debater tributação, no Brasil, mas acha que não cabe falar em rico e pobre. Nem sei quem é mas se fosse um debate sério não deveria estar ali.
Por que não se fala mais "reindustrialização", "desenvolvimento orientado por missões", "reconstrução das capacidades estatais", somente em rever os pisos constitucionais e desvincular benefícios sociais e previdenciários do salário mínimo? Não terá a ver com o dito "arcabouço"?
Evidente que errar na contabilidade/ estatística nunca é bom e o BCB precisa se explicar. Mas esses 12 bi de erro no fluxo cambial representam uns 4% do estoque de reservas. +
Esta figura aparentemente inocente é extremamente eficaz para desviar o aluno de economia da perspectiva de uma sociedade de classes. Daí pra frente passam a ser "famílias" que compõem sua renda a partir da livre negociação dos seus "fatores" no mercado.
Acho que o "problema" foi menos o nome escolhido para o IBGE e mais o fato de ter contrariado o desejo liberal de que a ministra Tebet tenha de ser a estrela em ascensão dentro do governo.
Quer ver um tema que saiu completamente dos currículos de economia: planejamento. Porque não era mais pra planejar nada mesmo... então melhor nem tocar no assunto, nem dar ideia. Aí agora se vêem diante de problemas econômicos E ambientais e ... Todos batendo cabeça.
Jornalismo que não explora o fato de que o governo é o acionista majoritário e tem poder para alterar a política de preços é cúmplice da fantasia que vem sendo veiculada: governo está em guerra contra a Petrobrás.
A política da Petrobras repassa preços externos. Mas esses preços externos são convertidos para reais, portanto o BCB é co-responsavel sim pelos preços dos combustíveis.
Leio que dívida de 90% do PIB já é "muito alta". Mas em relação ao quê? Em 2015 era bem menos e já era dito que não tinha mais como aumentar... E a taxa de juros hoje está muito menor... 1/n
Conseguiram sintetizar bem a fórmula do cachorro correndo atrás do rabo. Amarrando a despesa pública, como eles querem, a economia não cresce o suficiente e, consequentemente, dívida/PIB não cai.
Li agora: "Déficits ou superávits primários têm impactos diretos na relação entre a dívida pública e o PIB, principal conceito de solvência de um país. Quando há superávit, a dívida pública cai; e o contrário se dá quando há déficit". Não é isso, não. +
Vai ficando mais cristalina a necessidade de separação entre o que é efeito temporário e o que é efeito permanente no mercado de trabalho brasileiro da pandemia. 1/n
Aquela pergunta que geral se faz de bobo, pra não encarar... Se a Selic está caindo, por que o investimento não está reagindo? Pelo contrário... está capengando. O que é que está faltando?
Para eles o setor público é infestado de parasitas egoístas e insensíveis. No setor privado sim todos estão pensando em políticas visando o bem estar coletivo.
Neoliberais "de esquerda" estão a mil nesse final de ano. Aquele velho filme da confiança, das agências de risco, desqualoficando as ideias econômicas heterodoxas... Que triste, vamos precisar de muita sorte.
Eu sei que sou repetitivo. Mas é que eles também são, na ocultação do que é importante. Quando o queridinho RCN baixou Selic para 2% e acabamos desvalorizando em relação a todos é que começou a subir a comida. Mas aí não dava manchete né?
De acordo com a "lógica" da Folha e dos economistas, o "risco fiscal" foi o mais baixo dos últimos anos justamente quando o déficit público bateu seu recorde absoluto, em 2020.
Aí, mesmo fazendo tudo que eles querem já há vários anos, hoje só se fala em inflação, e a realidade é uma tragédia, principalmente para os pobres. E a explicação deles a respeito é cada dia pior. Continuem acreditando neles...
Tudo bem que agora não estamos mais na fase de disfarçar ... mas essa discussão do TikTok nos EUA me lembrou essa passagem (pouco lida pelos liberais rastaqueras) em que o Adam Smith disse que a Inglaterra não devia permitir que o seu comércio fosse feito em navios holandeses.
Reproduzo comentário feito na outra rede a respeito. Não acho que seja má-fé do jornalista que escreve. É confusão mesmo, reflexo da necessidade de confirmar as percepções ortodoxas mesmo quando elas não fazem nenhum sentido.
"A inteligência do estado brasileiro vem sendo destruída pela crença quase religiosa de um liberalismo tosco e atávico que confia cegamente nas forças anárquicas do mercado". Essa perspectiva está profundamente enraizada no senso comum daquele que outrora era considerado +
Aqui as taxas de crescimento do gasto público durante os dois primeiros mandatos do presidente. Para os próximos anos, na melhor das hipóteses (muito distante no momento) só pode crescer 2,5%. E a expectativa é de reconstruir um monte de coisas, crescer, avançar...
Acabei de ouvir em um canal de notícias uma reportagem dizendo na maior naturalidade que o agronegócio é a "principal atividade econômica do país". Existe demonstração mais cabal de fracasso do que a vitória dessa percepção sobre o senso comum?
Que surpresa que uma trajetória de recuperação da despesa pública e do salário real em 2023 esteja vindo com bons resultados no comércio, nos serviços e até na indústria (que começou o ano de 2024 bem melhor do que vinha), não é mesmo? A julgar pelas teses que +
Segundo economistas consagrados no Brasil, conter dívida/PIB deve estar acima de qq outro objetivo (como, p/ ex., crescer o pib per capita). Mas e o Japão, que tem enorme razão dívida/pib? Ah esse é exceção. Por que? Pq já tem pib p/ capita alto, aí a dív/pib n quer dizer nada 👍
Primeiro amarra o crescimento do total da despesa e depois vem com essa de que é preciso flexibilizar pisos para "abrir espaço" para despesas discricionárias. Conhecemos bem essas armadilhas retóricas.
Tem uma galera que acha que os movimentos dos preços dos alimentos tem a ver só com a demanda doméstica e aí, rapidamente, já conectam com os auxílios que foram concedidos pelo governo em 2020. Mas, não. Taxa de cambio e preços internacionais são essenciais. 1/n
Potencializar o choque inflacionário externo, consultar os parça do "mercado" sobre decisão de taxa de juros, participar de grupo de whatsapp com o governo, fechar os olhos para margens absurdas dos bancos: +
Tem um vereador neolib de Porto Alegre dizendo estar convencido de que o que deve ser feito a partir de agora é dar isenção de iptu e cortar despesas do município. Impressionante a inteligência e a criatividade dessas pessoas.
"O Brasil é um país vocacionado para a produção agropecuária". Não tivesse vindo da televisão essa frase eu acharia que voltei no tempo, ao século XIX.
Os mesmos que passam pano pro atual governo dizendo que não tinha o que fazer porque a inflação vem dos preços internacionais gostam de dizer que o crescimento dos anos 2000 foi sorte por causa dos mesmos preços internacionais.
O ponto é que todo mundo deveria ter o direito de ter uma casa decente e não precisar se endividar pra isso. E o governo pode viabilizar e coordenar o uso dos recursos produtivos reais para chegar nesse resultado. A cegueira neoliberal é que torna isso estranho para tanta gente.
Ainda com efeito potencializado sobre o poder de compra pela política de combustíveis que eles gostam... Aí não pareceu tão relevante para ser analisado. Será que a preocupação é com os salários reais comprometidos ou, ao contrário, com a capacidade de resistência aos choques?
Se a desvinculação dos benefícios de prestação continuada do salário mínimo não traria perdas aos beneficiários, porque diabo ela significaria contenção de despesas do lado de quem paga? Eles realmente supõem que todos são idiotas.
Excelente fio. Infelizmente é difícil reverter um certo senso comum influenciado pela pesada propaganda sobre o setor. São evidentes certas funções básicas cumpridas por ele em qualquer economia mas, só com ele, não se vai a lugar algum.
Aqui vai um balde de água fria pra quem pensa que agropecuária é a solução do Brasil
A contribuição da agropecuária para a geração de empregos vem caindo, de +25% em 1990 para 12,7% em 2020. A tendência é gerar menos empregos. Nos países avançados é menos de 3%. 1/4
É curioso que, antes da sua aprovação, quando se dizia que algumas despesas cresciam acima do permitido pelo "arcabouço", isso não era importante. Agora que as restrições foram assumidas, isso virou um problema gravíssimo, tem que ser solucionado pelo fim dos pisos.
Os neoliberais que agora pipocam em apoio ao candidato que está liderando não são a razão da onda positiva. A onda positiva é que é a razão deles estarem vindo. Tomara que isto esteja bem claro.
De acordo com a concepção que ainda vigora aqui no RS, a oposição às extinções de fundação estaduais eram uma pauta meramente corporativista, sem interesse público. Aquelas instituições não teriam função relevante. +
Isso é importante porque é o caso que contrasta com o senso comum de que TODA inflação é necessariamente ruim para os assalariados. Se for inflação causada por aumento de salários nominais, bem pode resultar em vantagens para os assalariados. Ganhos de produtividade moderam +